Em órbita

February 7, 2007

SIM

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há muito que não vinha aqui… e espero em breve voltar com mais frequência… entretanto, e a um dia de apanhar o avião até lisboa apetece-me escrever sobre o assunto.

tinha 16 ou 17 anos (não me lembro exactamente) quando acompanhei alguém (uma mulher entenda-se) a fazer um aborto. ela era mais velha e ainda hoje me lembro de todo o percurso que fizémos até que a coisa pudesse ser “tratada”. ainda hoje me lembro dos sítios onde fomos, quase que me lembro das caras, das conversas, das curiosidades, dos homens serem interditos naquelas “clínicas” (e confesso que ainda hoje não entendo o porquê). lembro-me de a ver chorar quase hesitando na decisão. e sei, tenho a certeza, que terá sido dos momentos mais difíceis por que passou. por isso não entendo quem olha para estas mulheres e vê nelas levianas que tomam a decisão como quem escolhe entre umas calças pretas e umas castanhas. essas pessoas não sabem do que falam, não sentem, são pessoas más.

na sexta-feira farei 2200 km porque me recuso a não votar, e tal como em 98 votarei SIM. Sim porque não admito que queiram decidir por mim o que fazer da minha vida, porque não admito que me invadam a privacidade com preceitos morais que não são os meus.

Filed under: - — sandalias @ 11:03 pm

6 Comments »

  1. […] o SIM da […]

    Pingback by les uns et les autres » SIM — February 8, 2007 @ 12:11 am

  2. Se o sim ganhar espero que os governantes desse país
    saibam o que fazer do resultado.
    Boas férias*

    Comment by joana — February 8, 2007 @ 3:00 pm

  3. Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução

    Não ! – Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !

    A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará – porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
    O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
    Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:

    1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € – 60 € – 70€ – 80€ – 90€ – 100€ – 110€ – 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)

    2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.

    3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.

    4 – Aceleração do “Processo de Adopção”.

    (*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].

    Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.

    Comment by Carlos — February 8, 2007 @ 5:58 pm

  4. carlos, estou absolutamente em desacordo. aquilo que está em causa no referendo é só e apenas e continuamos a ver estas mulheres como criminosas e sem qualquer liberdade em decidir sobre a sua vida. e para mim, é óbvio que com a minha vida quem decide o faz sou eu e nunca, jamais em tempo algum, me imaginaria a ter uma criança que não desejasse… jamais… e isto nada tem a ver com algumas das questões que coloca.
    claro que o planeamento familiar e a educação sexual têm de ser uma realidade, tal como os processos de adopção têm e devem ser mais rápidos… mas essa não é a questão… acidentes acontecem e acontecerão sempre… nenhum método anti-concepcional é 100% seguro e nenhuma criança deve nascer sem ser desejada. e a mulher tem a absoluta liberdade de decidir…

    Comment by sandalias — February 8, 2007 @ 6:14 pm

  5. afinal chama-se carlos ou nao? tambem deixou esse comentario, kant en klaar, la no meu blog!

    que facam boa viagem e que ganhe o sim!

    Comment by sonia — February 9, 2007 @ 1:02 pm

  6. Estou de acordo contigo e dou-te os parabéns por vires até cá de propósito para votar!
    O Carlos podia deixar-se de copy-paste e comentar conforme os posts, só daria mais credibilidade ao que defende (peço desculpa mas fiquei realmente ofendida com os 810 euros).

    Comment by nat — February 10, 2007 @ 6:59 pm

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